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Fim do mundo: sobrará Brasil depois da Lava-jato?

  • Foto do escritor: Ailton de Toledo Rodrigues
    Ailton de Toledo Rodrigues
  • 3 de fev. de 2017
  • 2 min de leitura

O art. 144 da Constituição Federal imputa competência à Polícia Federal sobre investigações de crimes federais; por sua vez, ao MPF cabe a responsabilidade de investigar e processar em processos que envolvam “a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes”(art. 109, I, CF). Esta dupla tem ganhado especial relevância no cenário político nacional com a operação lava-jato e a cada semana acompanhamos uma nova faceta deste complexo sistema criminoso instalado no Executivo e Legislativo, bem como principais empresas do setor da construção. Quanto mais se conhece, maior é o numero de envolvidos, o que nos remete a pergunta: o que será do Brasil pós-lava-jato?

Na política a Lava-Jato reduziu a força dos partidos de esquerda, na construção civil, algumas das maiores construtoras nacionais pediram recuperação judicial, dentre elas OAS, Mendes Junior e Galvão Engenharia. Começa a espraiar no setor financeiro, com a prisão do ex presidente do BTG pactual, André Esteves, todavia, ainda não demonstra ter vínculo com o sistema financeiro.

O envolvimento de um ou mais de um dos quatro grandes bancos que concentram quase a totalidade do sistema financeiro, todavia, não seria algo improvável, visto que metade deles são administrados por indicações políticas diretas de grande parte dos nomes envolvidos nos esquemas de corrupção e todos, sem exceção, oferecem créditos repassados pelo BNDES. Se o sistema financeiro for comprometido, o país será vítima de um colapso no sistema financeiro.

O desenvolvimento das investigações, ainda que tragam justiça a quem infringiu as normas, também pode gerar riscos para o país. Como conciliar o risco da crise e a imparcialidade nas investigações da PF/MPF? A resposta adotada para uma possível crise pode ser a mesma adotada pelo Federal Reserve, ao ver deflagrada a crise dos ativos subprime, em 2008. Explica-se:

Ainda que todas as empresas do setor bancário tenham participado ativamente dos mecanismos fraudulentos que causaram a crise financeira, deixar que estas empresas mergulhassem todas na falência repercutiria na falência de todo o sistema econômico global. Portanto, as principais instituições bancárias foram resgatadas. Estas instituições eram consideradas “grandes demais para falir” (Too Big to Fail) e foram o foco do socorro americano. O plano, porém, não saiu barato: a Forbes revelou que além dos US$ 800 bilhões em empréstimo anunciado publicamente, foram concedidos secretamente mais de US$ 16,6 trilhões para os 6 grandes bancos americanos. Ou seja: para evitar efeitos maiores da crise, muito dinheiro de contribuintes americanos foram gastos para remediar os danos, oferecendo crédito para as empresas responsáveis pela crise.

A realidade brasileira não segue a mesma cultura. As maiores empresas petrolíferas e da construção estão em risco, enquanto as investigações arrastam mais empresas para um patamar de risco financeiro. Quando as investigações se derem por terminadas, o país sobreviverá à caça as bruxas?

http://www.forbes.com/sites/traceygreenstein/2011/09/20/the-feds-16-trillion-bailouts-under-reported/#6921e6806877

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